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Modelos da Terapia Ocupacional e o Manejo da Dor: Fundamentos e Aplicações Clínicas

  • dralucianabuin
  • 11 de nov.
  • 3 min de leitura

A Terapia Ocupacional consolidou-se como uma profissão essencial no manejo da dor, fundamentando-se na visão biopsicossocial e centrada na ocupação. Essa perspectiva reconhece que a dor é uma experiência complexa e multidimensional, influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais e ocupacionais, e que o tratamento efetivo requer compreender a pessoa de forma integral — e não apenas o sintoma.

Modelos Conceituais de Prática e Abordagem Centrada na Ocupação

Os modelos conceituais oferecem uma base teórica e metodológica para compreender e intervir nas experiências de dor. Eles sustentam o raciocínio clínico, orientam a avaliação, a definição de metas e a seleção das intervenções, sempre com foco na participação e no engajamento ocupacional. Entre os modelos mais utilizados estão: o Modelo da Ocupação Humana (MOHO), o Modelo Pessoa-Ambiente-Ocupação-Desempenho (PEOP) e o Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional e Engajamento (CMOP-E). Todos compartilham a centralidade da ocupação e a valorização da experiência subjetiva, promovendo autonomia e significado na vida cotidiana.

O Papel do Terapeuta Ocupacional no Manejo da Dor

O terapeuta ocupacional atua na interface entre a experiência subjetiva da dor e o desempenho ocupacional. Seu papel é apoiar a pessoa na reconstrução de uma rotina funcional e prazerosa, mesmo diante da dor. A avaliação envolve escuta sensível e uso de instrumentos centrados na ocupação, como COPM, Role Checklist, OSA e MOHOST. O raciocínio clínico apoia-se em modelos e estruturas como SMART e TICKS, que orientam metas mensuráveis e significativas.

Intervenções Terapêuticas no Cuidado à Dor

As intervenções combinam estratégias educativas, cognitivas, corporais e ambientais. Entre as principais estão: educação em dor, pacing e conservação de energia, proteção articular, imagética motora graduada, atividade física graduada, gerenciamento do estresse, mindfulness, higiene do sono e uso de tecnologia assistiva. Todas visam promover engajamento ocupacional, autogestão e qualidade de vida.

Síntese e Implicações para a Prática

Integrar teoria, raciocínio clínico e evidências permite uma atuação científica, sensível e humanizada. Promover o engajamento ocupacional é promover autonomia, sentido e pertencimento, ajudando a pessoa a reconstruir sua identidade e participação social mesmo com dor.

Referências

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